The Lurker vai a Veneza (não, não essa. A outra)
Ok. Então vamos aos fatos: educação não é prioridade e nem está na pauta das principais preocupações dos governantes de Pindorama. Nem dos atuais, nem dos anteriores e, configura-se, nada de muito novo deve acontecer em um futuro próximo. A educação é, neste país, mais que um sacerdócio, um ato de luta quotidiana contra uma conjunção de forças que buscam, por caminhos os mais vários, impedir seu avanço. Não interessa o que digam Paulo Freire, Emília Ferreiro, Marx, Vigotsky, Piaget e quaisquer outros teóricos. "As elite" e, note-se bem, a bem nascida e a "bem subida" não têm qualquer interesse em educar as massas (algo como 60 milhões de almas, descontando-se as crianças em idade escolar).
Eis que, então, eu me catapulto a um fórum cujo objetivo é discutir as grandes questões das políticas públicas em educação de adultos neste torrão. O evento, de periodicidade anual, é famoso nacionalmente por pautar o que será feito na área e por marcar posição junto ao governo federal quanto àquilo que se considera relevante sobre o assunto. Um conceito emanado das classes, da base, de quem realiza a atividade diária e que, espera-se, tem o pulso do que realmente incomoda na execução de suas atividades. Desnecessário dizer da minha expectativa em poder, finalmente, interferir diretamente com meu trabalho em uma esfera que trará resultados de grande impacto para a área.
A abertura, grandiloquente, cheia de autoridades, acadêmicos e experts, realizada em grande salão, com premiações e coisas do gênero, deixa no ar aquela sensação de que a coisa vai ser, realmente, da pesada. A expectativa aumenta. De repente o convite: temos uma sessão de relatos de experiências. Você tem que apresentar a sua. Vamos abrir um espaço exclusivo para sua fala. Platéia de 400 ou 500 pessoas. UAU. Mais lenha na fogueira.
Ocorre que, para o main event (e para o resto do encontro, pós abertura, diga-se de passagem) a

uma tenda, lona de circo, do lado de fora do edifício principal, no meio do gramado da UFPE. Gente, isso aqui é nordeste. Imaginou o calor? Não? Fez bem. Não teve. Chove a cântaros.... chovem cães e gatos.... como não seria de se esperar nessa época. Mas chove, chove o que Deus manda, para Kiko Zambianchi nenhum deixar defeito. As ruas da "veneza brasileira" ficam intransitáveis - as pessoas se atrasam - e a coisa começa a descambar.
Agora imagine este pobre engravatado (o único, além dos secretários de governo e seus

Em resumo, para quê, meu Deus do céu, esse povo inventa moda? A área já não é enxergada com muita facilidade. Existe toda uma problemática para ser tratada e você tem que ficar negociando com dificuldades práticas de menor importância, como se tem um morcego voando para todo lado, ou se o vento faz a chuva molhar metade da delegação de Mato Grosso e precisa-se de uma lona para impedir isso... saco. Aí reclamam quando eu digo que o que falta para essas coisas começarem a andar é menos Socialismo e mais profissionalismo. Bando de amadores. Não vamos chegar a lugar nenhum enquanto não se levar a educação menos com cara de política estudantil e mais com cara de irmãos Salesianos! Todo poder ao Ratio Studiorum!
The Lurker says: Simia quam similis, turpissimus bestia, nobis!
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